sexta-feira, 14 de novembro de 2008

E fez-se a água

Estava pronta a casinha e o poço cavado não havia dado a água que esperávamos. A pessoa que cavou o buraco - que, se me lembro, se chamava Pedro - sugeriu, um dia, um outro lugar para fazer um outro poço. Ficava longe da casa, no meio da pequena mata original que havia sobrado no terreno. Ficamos na dúvida, mas topamos a oferta e ele fez o novo poço. Cinco metros e pronto, surgiu lá embaixo uma boa água. Ufa, que maravilha. Agora era estudar como levar a água até a casa.

O novo poço ficava a uns 200 metros da casa. Não tínhamos energia elétrica. Compramos uma bomba manual, instalamos e enterramos um rolo de mangueira preta do poço até uma caixa d'água. Era preciso um bom braço para bombear a água, mas isso era o de menos.

Levantamos uma caixa d'água com 4 metros de altura ao lado do poço fracassado, bombeávamos manualmente a água, do poço até ela, e dali o precioso líquido escorria com boa força até as torneiras e ao chuveiro. É quase impossível transmitir hoje a sensação que tivemos ao abrir a torneira e ver aquela água clarinha, saudável e farta chegando dentro daquela pequena casa. Abrir o chuveiro e se banhar nela, então, nem se fala. Em cerca de seis meses de luta tínhamos garantido acesso a uma das maiores conquistas da civilização: água encanada.

Ah, o banho ainda era frio e a conquista da energia elétrica é outra história que precisa ser contada, mas ia demorar alguns anos ainda para acender um interruptor e incandescer uma lâmpada naquela casa.

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