quarta-feira, 12 de novembro de 2008

É por ali que se vai

O corretor tirou papéis e plantas de sua 007 preta.
Colocou tudo no balcão e disse: primeiro vamos ao local para ver se vocês gostam e depois vemos preços e condições, certo?! Certíssimo, confirmamos. Queríamos mesmo era conhecer o lugar; ver se gostávamos e se aquela distância toda que percorremos até ali valia a pena. Botou tudo de volta na maleta, fechou, desencostou do balcão, levantou a calça de linho branco que escapava da boa barriga e convidou-nos a ir ao loteamento.

Pediu que fôssemos em seu carro, pois com a chuva os acessos estavam com um pouco de barro e poderia sujar o carro de vocês. Fizemos isso. Subimos num frágil e baixo Escort e lá fomos nós.

Logo de cara tínhamos que atravessar o canteiro central da estrada e esse foi o primeiro de uma série de atolamentos que enfrentaríamos aventura a fora. Os outros corretores que estavam no bar viram e vieram ajudar a desatolar o veículo. Se postaram um de cada lado e empurraram. Receberam por todo o corpo o barro jogado pelo giro em falso das rodas dianteiras. O carro se bateu todo por baixo, zuniu, gemeu e chegou à outra pista da estrada. A sensação era que estávamos numa roubada, aquilo não podia dar certo. Todos ríamos nervosamente. Os corretores voltaram para o barzinho, limpando-se como podiam, enquanto nós chegávamos ao outro lado da rodovia e tomávamos o rumo dos terrenos por uma estrada de terra.

Terra? Havia muito mais poças d'água do que terra firme naquele caminho.

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