sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A busca d'água - E nascia a casinha

O terreno estava cercado, delimitado, limpo e começávamos a plantar nossas primeiras árvores. Agora o sonho avançava e demos início à construção de uma pequena casa. Coisa pequena mesmo. Um único cômodo que serviria tanto para dormir como para cozinhar, comer e abrigar da chuva e do sol. Claro, ele também tinha um banheiro, sonho de consumo justíssimo da mulherada. E colocá-lo para funcionar eram outros quinhentos, pois dependia de uma coisa fundamental: água.

Uma construção de 5m x 5m. Vinte e cinco metros quadrados. Nada mais que isso. Feita por um pedreiro que nunca havia feito nada mais que ser ajudante de um outro que provavelmente também sabia pouco. O famoso meia-cuié.

Mas ainda que a obra fosse bastante singela, fizemos um esforço e a construímos com tijolinho de barro - não com tijolo baiano. Isso daria a ela mais frescor, mais firmeza, mais cara de casa. Não sei exatamente onde se encaixava aquela visão de construção, mas achávamos (e ainda hoje achamos) que o tijolinho dava mais firmeza às paredes, nelas podíamos prender coisas com mais segurança etc., etc..

Íamos semana após semana esperando aquela construção virar uma casa arrumadinha, limpinha, que desse conforto, em especial às mulheres, que a desejaram tanto que é impossível rememorar o gosto desta conquista. Mas um dia lá estava, com piso, janela, banheiro e seu chuveiro, pia, torneira, mesa, fogão. Não havia luz no local, a energia ainda estava longe de ser ligada por ali. Isso aconteceria alguns anos depois.

Paralelamente à construção da casa, tínhamos um problema a ser resolvido: água! Era preciso furar um poço e dele tirar a água necessária aos banhos, à feitura da comida, à limpeza. Como conseguir a água?

Nós, novatos, não tivemos dúvida. Escolhemos um lugar próximo de onde estava sendo construída a casa e pronto.
Chamamos um homem e cantamos aquela música do Zé Keti: Se não tem água, eu furo um poço.

Um comentário:

K. disse...

Não esquece de contar que o tal pocinho ficou com uns 17 metros, cavado sem dinamite, na mão e na marra. Sobretudo, que eu desci nele pela corda. Por quê? Porque… bom, vc conta a coisa.
Se vc não lembra, eu tenho a memória, sabia?

(originalmente em: 16/nov/2008 -12:02:04.)